terça-feira, 27 de maio de 2008

Tava tudo tão confuso, tudo tão diferente. Eu olhava pra um, e sentia um arrepio. Olhava pro outro e sentia necessidade de estar perto. Pensava em outro e quase infartava. É nessas horas que eu realmente concordo com o que sempre disse: 'Eu não entendo meu coração'. Ficar no colégio pra estudar as vezes resolve e é bom, mas se você sabe que vai encontrar a pessoa que você mais quer ver, ás vezes não vale a pena. Passa a fome, o frio, o sono. Dá desespero, gastrite e nervosismo. Mas mesmo assim, você vai, com a cabeça erguida e com um objetivo em mente, chegando lá, você percebe que simplesmente não dá pra fazer tudo que você pretendia, e acaba focando todo seu pensamente em um único lugar, em uma única pessoa. É nessa hora que a confusão toda se dissolve, e você acaba tendo certeza de tudo. O cheiro impregna na roupa, no nariz e na alma. O pensamento não sai de um único local e você, por fim, decide lavar o rosto e voltar aos estudos. Tudo caminha bem, até que você percebe que realmente deve haver algo errado. Não deveria ser assim. Faz todos os planos de volta pra casa, arruma suas coisas e vai. Vai, vai, vai. Quando você se dá conta, está perguntando qual é o horário do intervalo daquela turma específica, que você tanto se importa. Senta na quadra e espera, e assim, você acaba tendo certeza que uma certa pessoa tem um certo poder sobre você. Meu Deus, como isso é possivel? Há. Simples, não é possível. Não com pessoas normais. Mas você acaba vencendo a vontade, o desejo, e vai embora. Pega seu bom e velho ônibus de cada dia e dorme. Dorme e sonha. Sonha com aquilo - ou aquele - que viveu no presente durante um bom tempo, andou passeando pelo passado e agora resolveu dar as caras novamente, no presente. Firme e forte. Enfim, como entender isso que chamam de Coração? Só assim pra percebermos que o trabalho dele não é apenas bombear sangue para o nosso corpo e nos mater vivos.